O dia 13 de agosto de 1978, foi um dia que nenhum
bugrino jamais esquecerá. Foi nessa data que o Guarani Futebol Clube vencia seu
primeiro Campeonato Brasileiro e se tornou até hoje, o único Campeão Brasileiro
do Interior do Brasil a vencer a competição.
Quando o grupo comandado pelo então
novato Carlos Alberto Silva venceu o Palmeiras por 1 a 0, com um gol de Careca,
encerrava-se com chave de ouro a grande e maravilhosa campanha bugrina: Foram
32 jogos, com 20 vitórias, oito empates e apenas quatro derrotas.
Sendo
que na reta final do campeonato foram 11 vitórias nas 11 últimas partidas e
expressivos triunfos sobre Internacional, quando zombaram de nós e fizemos 3 x
0 (com um gol antológico de Zenon) e sobre o Vasco no Maracanã, quando Roberto
Dinamite e a imprensa carioca tentaram nos intimidar, mas mostramos que éramos melhores
e que não nos intimidávamos.
Na
final contra um time também alviverde que já se proclamava soberbamente
campeão, um garoto de 17 anos tirou o grande goleiro de Seleção Brasileira do
sério e mostrou qual o verde que iria predominar no Brasil em 1978; O verde de
Campinas, o verde do Guarani Futebol Clube, primeiro e único clube do interior
a conquistar o Campeonato Brasileiro de futebol.
Com uma mescla de jovens
talentos e experientes jogadores, o Bugre encantou o país naquela temporada
jogando um futebol ofensivo, dinâmico e puramente técnico.
A linha de frente formada por Capitão, Careca e Bozó, tida como “de risos” pelos
gaúchos, marcou simplesmente 21 dos 57 gols da equipe no torneio e provocou
risos, sim, mas no torcedor bugrino, que viveu naquele ano momentos
inesquecíveis e históricos que jamais sairão da memória.
No primeiro joga da final em 10 de agosto, na partida realizada no
Morumbi, 343 ônibus saíram do Campinas rumo à capital, se tornando a maior caravana
de uma torcida do interior para um jogo.
Reelembre
os personagens desta conquista:
NENECA:
Um dos melhores goleiros que o Brasil conheceu, imponente, com braços longos,
reflexos apurados e excelente colocação, Neneca foi um gigante naquele
Brasileiro de 1978. O goleiro levou pouquíssimos gols e se consagrou de vez ao
ficar 778 minutos sem ir buscar a bola no fundo de seu gol, um recorde
histórico no Guarani. É dele também a menor média de gols sofridos na história
do Guarani em Campeonatos Brasileiros : 0,69 – 43 gols sofridos em 62 jogos
disputados entre 1976 e 1979.
MAURO:
Era o legítimo lateral-direito clássico, que apoiava bem o ataque e não
descuidava da marcação. Fez um ótimo campeonato em 1978 e deu muita qualidade
ao lado direito do time, além de dar liberdade para Zenon atacar sem grandes
preocupações defensivas.
GOMES: Zagueiro clássico mas que também era o
xerife se impunha perante os rivais na base da presença física, ia muito bem
nas jogadas aéreas e costumava aparecer de surpresa no ataque (que lhe rendeu
um gol no campeonato).
ÉDSON:
Um zagueiro que não brincava em serviço e se saia muito bem nas jogadas que
exigiam força física.
ZÉ CARLOS: Gênio, craque servem de referencia para defini-lo. Um verdadeiro carrapato do meio de campo, foi um dos líderes do Guarani em 1978 e ajudou demais o trabalho do técnico Carlos Alberto Silva ao dar conselhos para os jovens do elenco. Gabaritado por suas ótimas passagens pelo Cruzeiro campeão da Libertadores de 1976 e pela Seleção, o volante assumiu as ações de marcação no meio de campo e deu liberdade para Renato e Zenon arquitetarem as jogadas de gol do Bugre. Um detalhe que o tornou respeitado e líder, toda segunda-feira, fazia um churrasco na sua casa para todo o elenco e comissão técnica o que ajudou a unir o elenco e se tornarem uma família.
MIRANDA:
Habilidoso lateral-esquerdo, fez um
grande campeonato e foi impecável tanto na defesa quanto no ataque, com seus
cruzamentos e descidas, participou de vários gols e ainda balançou as redes
cinco vezes no torneio.
CAPITÃO: Um ponta direita habilidoso
e muito inteligente, dono de um excelente passe, foi peça importante no esquema
da equipe.
RENATO: Garoto vindo dos juniores, de extrema habilidade com uma técnica notável, que tinha na velocidade e nos seus dribles desconcertantes, seu ponto forte. Com ótima presença de ataque, foi um dos principais talentos da equipe. Fez 11 gols na campanha do título.
CARECA:
Inteligente, técnico, rápido, oportunista, habilidoso, com faro de matador, foi
o autor dos dois gols no Derby daquela ano disputado no Brinco de Ouro. Marcou
109 gols e se tornou o segundo maior artilheiro da história do clube. Foi a
maior revelação do futebol brasileiro em 1978.
ZENON:Um craque fora de série, um mestre na cobrança de faltas, um meia com ampla visão de jogo, uma perna direita calibrada em lançamentos e faro de gol apuradíssimo. Com 13 gols, sendo dois contra o Vasco, na semifinal, e um contra o Palmeiras, na final, foi um dos artilheiros do time no torneio e despontou de vez naquele ano como um dos principais jogadores do Brasil.
BOZÓ: Ponta-esquerda rápido e fundamental para
o esquema da equipe, virou xodó da torcida não só pelas suas atuações mas
também pelos tchauzinhos que dava para a torcida quando ia bater escanteio.
CARLOS ALBERTO
SILVA: Um técnico grandioso, montou um esquema e colocou os
jogadores certos nas posições, um mestre na arte de lhe dar com o jogador, um patrimônio
do clube, escreveu para sempre seu nome na história bugrina ao comandar com
maestria um time altamente técnico e desacreditado que se transformou, em
poucos meses, no melhor do Brasil em 1978.
Outros
jogadores do elenco:
JOÃO ROBERTO; ALEXANDRE; SILVEIRA; CUCA; TADEU; ODAIR; JOÃO CARLOS; GERSINHO, CLAUDINHO;
ADRIANO; ANTONIO CARLOS; MACEDO.
PARABÉNS GUARANI CAMPEÃO
BRASILEIRO DE 1978